por Rubens Nóbrega.
Fui domingo à noite ao Arrudão (Recife) assistir Paul McCartney, um
clássico do showbiz internacional. Valeu muito a pena, apesar de hora e
meia em fila gigantesca para entrar no estádio e mais duas, dentro,
esperando o início do espetáculo.
Mas Sir McCartney compensou com sobras a longa espera e o preço
salgado do ingresso. O mito quase setentão cantou e tocou as canções que
a gente queria ouvir com a qualidade e vigor dos tempos mágicos em que
integrava o quarteto fantástico.
Vou guardar os detalhes do show para contar ao meu neto, Davi, a quem
vou dizer que vi e ouvi de perto o Beatle mais completo. Quer dizer,
nem tão de perto assim. Das cadeiras, onde fiquei, não fosse o telão...
Bem, vamos ao que importa.
O que interessa aqui e agora é registrar que durante o show
encantou-me particularmente a reação do público às manifestações de
carinho e agradecimento do artista à cidade e ao Estado que o trouxeram
pela primeira vez ao Nordeste do Brasil.
Foi muito legal quando ele chamou aquelas 40 mil pessoas ou mais de
‘povo arretado’, depois de saudar num português bem treinado a ‘terra de
Luiz Gonzaga’. Dez pra assessoria do cara. Mil pra ele pela simpatia e
disposição de cativar pessoas.
Mas a apoteose desse magnetismo deu-se quando Paul saiu do palco
juntamente com seus músicos para voltar segundos depois carregando uma
enorme bandeira de Pernambuco. O Arruda e seu entorno quase vieram
abaixo com a vibração da platéia.
Não vou esquecer. Não dá pra esquecer. Até por que fiquei arrepiado
de emoção misturada com inveja ao ver todo aquele povo de pé, por mais
de dois minutos, batendo palmas sem parar e gritando Pernambuco,
Pernambuco, Pernambuco...
Manifestação verdadeiramente espontânea, quase unânime. Só não foi
cem por cento porque muitos dos paraibanos presentes, colunista
incluído, ficaram calados e apalermados diante daquele grito do mais
legítimo ‘orgulho de ser pernambucano’.
“Ah, como eu queria ver algo assim algum dia na Paraíba”, foi o
primeiro comentário que me fiz, lamentando intimamente o nosso atraso em
relação ao estágio de crescente auto-estima, prosperidade humana e
material por que passa Pernambuco.
www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb
É me caro, moro em Recife a 03 anos e sinto como esse povo tem orgulho de sua terra e faz questão de valorizar sua cultura. Sou Campinense com orgulho e faço questão de falar bem da minha terra e exaltar seus valores. Acho que se um dia eu presenciar tal emoção na minha querida Paraíba, certamente me encheria de orgulho e num cantinho do olho uma lágrima de felicidade iria surgir alentando um coração arretado. (sandro.farias2@gmail.com)
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