Nomes são conhecidos pela competência profissional já comprovada. Mas nomes são nomes. Não obram milagres.

O Diário Oficial do Estado publicou nesta quarta-feira (25) a mudança de comandos nas polícias Civil e Militar em várias regiões. Para não nos alongarmos no assunto, peguemos como exemplo a cidade de Campina Grande.
Para o lugar do tenente-coronel João da Matta, foi o escolhido o nome do também tenente-coronel Souza Neto, oficial que à frente do 5º BPM em João Pessoa desarticulou várias ações criminosas na capital, “Fez um excelente trabalho”, testemunha a imprensa.
Na Polícia Civil de Campina sai o delegado-regional Wagner Dorta. Quem acompanha o ParaibaemQAP – e a imprensa em geral – sabe que Dorta e suas competentes equipes deram um freio considerável nos assaltos e explosões a banco na região. Fez e fez bem feito. A prova disso é que ele assumirá a área mais violenta da Paraíba – a grande João Pessoa.
No seu posto ficará um delegado não menos competente. Pauta para a grande mídia nacional, André Rabelo e seus policiais entraram numa guerra que poucos (ou nenhuma?) autoridade policial deste estado ‘se meteram’: a lendária justiça da pistolagem na região de Catolé do Rocha.
Resguardadas as justas deferências, é hora de cair na real. Sempre que alguém de ‘destaque’ assume um posto de comando na área da segurança pública, determinados setores da imprensa criam uma expectativa enorme em torno daquele nome. É como se, agora, “a coisa anda.” E não é bem assim.
Os nomes escolhidos são, indiscutivelmente, de alto gabarito e competência. Mas nomes são nomes. E homens são homens. Não obram milagres.
É possível que durante sua passagem pelo 2º BPM, o tenente-coronel Souza Neto consiga atingir as metas estabelecidas pelo governo. Torçamos para isso aconteça. Mas diante do comandante existe uma tropa desnutrida de estímulo profissional (todos sabem as razões). Souza Neto se destaca pela disposição em combater o crime. Mas nome é nome. Ele – e a sociedade – deverá entender que essa instigação não se multiplica por osmose.
O mesmo poderá acontecer no âmbito da Polícia Civil. Detalhar a capacidade técnico-operacional do delegado André Rabelo é simplesmente dispensável. Os policiais civis sabem de sua competência de compromisso com a segurança pública. Mas nome é nome. Homem é homem e não faz milagre.
A Paraíba vive um momento complicado no seu aparato de segurança. Em nome da boa discussão sobre a problemática, não depositemos todas as esperanças apenas em nomes que, repetimos, já mostraram sua competência profissional.
Os resultados que todos esperam exigem muito mais do que grandes líderes. É preciso fortalecer a ‘base’, para que o topo se mantenha firme. Ou, se preferir, continue acreditando em milagres.
Boa sorte aos comandantes.
Paraiba em QAP
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